A novideda veio lá da praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa Maia
Metade, um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de Deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
E a novidade que seria um sonho
Um milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Aquela ali na praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando a sereia bonita
Despedaçando o sonha pra cada lado
Ó mundo tão desigual,
Tudo é tão tão desigual....
De um lado esse carnaval,
Do outro, a fome total!
(Herbert Vianna, Bi Ribeiro, João Barone, Gilberto Gil)
P.S.: Amei a criatividade usada em comparar a dipla possibilidade da sereia com as diferentes visões de um povo divido pelas desigualdades existentes.
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